Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, a Pleno KW elaborou um artigo para evidenciar as mulheres que contribuíram para a evolução da informática, tanto para nós quanto para a o mundo. Quando se pensa nessa ciência, tende-se a imaginar que ela foi criada apenas por homens e a história nos mostra outro pioneirismo. Confira abaixo os nomes femininos, que são identificados nas produções acadêmicas-cientificas pelo sobrenome e, por isso, a dificuldade e o condicionamento de pensarmos que o autor sempre é homem:

 

Ada Lovelace – Uma das precursoras da Ciência da Computação, Augusta Ada King, a Condessa de Lovelace, traduziu textos de Luigi Menabrea (matemático italiano) sobre as ferramentas analíticas usadas por Charles Babbage (matemático inglês). Esse trabalho resultou no primeiro algoritmo criado na história. Anos depois de morrer, surgiram os equipamentos que podiam provar que seu algoritmo estava correto. Atualmente, o seu nome é dado ao Prêmio da Sociedade Britânica da Computação, que contempla avanços significativos em sistemas de informação.

Garotas do ENIAC – Elas foram as primeiras ‘computors’ da história da informática. Na época, os primeiros computadores dependiam da influencia humana e de aparatos mecânicos para funcionarem. Seis mulheres do ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer, em português: computador integrador numérico eletrônico) eram responsáveis por configurar e alimentar os dados do primeiro computador digital eletrônico de grande escala, montado na Universidade da Pennsylvania (EUA).

Em novembro de 1945, o ENIAC entrou em operação para calcular trajetórias de mísseis e bombas americanas, com as inteligências de Betty Snyder, Marlyn Wescoff, Fran Bilas, Kay McNulty, Ruth Lichterman e Adele Goldstine. Elas lidavam, manualmente e diariamente, com mais de 3 mil interruptores e botões que ligavam um hardware de 80 toneladas, e foram responsáveis  por criar muitos protocolos usados até hoje. Goldstine criou o primeiro manual do ENIAC, com instruções de uso e melhores práticas. Ela e Jennings (outra computors) influenciaram a criação de sistemas de salvamento de configurações e preferências. Snyder criou o primeiro sistema informatizado para o censo americano, o teclado numérico e foi uma das precursoras dos computadores na cor de gelo.

Irmã Mary Kenneth Keller – Foi primeira mulher a receber um Doutorado em Ciências da Computação. Formou-se em 1965, na Universidade de Washington (EUA), mas já trabalhava, desde 1958, em oficinas de informática. Criou a linguagem de programação BASIC, para fins didáticos e educacionais. Escreveu quatro livros sobre computação e programação, obras que são referências até hoje na área.

Jean Sammet – Obteve seu PhD três anos depois de Mary Kenneth Keller, em 1968. Foi criadora de umas primeiras linguagens computadorizadas, a FORMAC. A linguagem foi usada no final de 1960 pela IBM, onde Jean trabalhou por 27 anos. Ela também teve forte influência na criação do COBOL (linguagem de programação para bancos de dados comerciais) e assumiu a presidência da Associação de Maquinaria de Computação (ACM), entidade que incentivava o uso da informática em projetos científicos e educacionais e tinha mais de 70 mil associados.

Grace Hopper – Primeira mulher a obter PhD em Matemática nos EUA, primeira Almirante da Marinha americana e uma das criadoras do COBOL, Grace é criadora do termo popular ‘bug’, que significa problema em software. Além disso, ela também criou linguagens de programação para o UNIVAC, primeiro computador comercial fabricado nos EUA.

Karen Sparck Jones – Uma das criadoras do conceito de ‘inverso da frequência em documentos’, base dos sistemas de busca e localização de conteúdo, principalmente do Google. Essa linguagem de processamento da informação recupera e filtra as buscas pelas palavras-chaves e identifica se a página está falando sobre o tema ou apenas cita as palavras. Estudou e trabalhou por 30 anos na Universidade Cambridge, na Inglaterra. Em 2002, se aposentou, mas continuou se dedicando à inclusão das mulheres no mundo da tecnologia até sua morte em 2007.

Carol Shaw – Primeira mulher a trabalhar na indústria de games e uma das primeiras funcionárias originais da Atari. Depois foi contratada pela Activision, e ajudou no desenvolvimento de um dos maiores clássicos dos games, River Raid, entre outros jogos – 3D Tic Tac Toe, Super Breakout e Happy Trails. Carol era uma engenheira de software para microprocessadores e criou o primeiro sistema de geração procedural de conteúdos, o que significa que as fases dos jogos nunca eram iguais. Hoje mora na Califórnia (EUA) e realiza trabalho voluntário.

Roberta Williams – Ao lado do marido, é a fundadora da On-Line Systems, que mais tarde se tronaria a Sierra, um dos maiores nomes da indústria de jogos eletrônicos do mundo, que fechou suas portas em 2008 e retomou seus trabalhos em 2014. Ela auxiliou no desenvolvimento dos games King’s Quest, Phantasmagoria, Half-Life e Counter-Strike. Considerando que os jogos poderiam tinha um incrível pontencial visual, desenvolveu com o marido Ken o game Mistery House. O retorno aos games deu a Roberta um prêmio honorário na cerimônia do The Games Awards 2014, considerando-os (ela e o marido) como ícones da indústria.

Radia Perlman – Considerada a mãe da Internet (o pai é Tim Berners-Lee), a designer de software e engenheira de redes foi responsável pela criação do protocolo STP (Spanning Tree Protocol), o que garantiu agilidade dos sistemas conectados, evitando a realização de loops de dados. Responsável pela criação de diversos protocolos de rede, hoje trabalha na Intel e é dona de mais de 50 patentes de projetos voltados à tecnologia de conexão. Além disso, é pioneira no ensino de programação e arquiteturas de redes para crianças, e foi uma das criadoras do TORTIS (linguagem de programação educacional para robótica).

Frances Allen – É a primeira mulher a receber o renomado Turing Award. Ela criou as principais bases de sistemas de otimização de código e paralelização, que permitiu que softwares rodassem com melhor desempenho em qualquer computador. Trabalhou por 45 anos na IBM e criou alguns dos primeiros sistemas de segurança das informações da Agência de Segurança Nacional dos EUA, que influenciou os sistemas de segurança que conhecemos hoje.

Margaret Heafield Hamilton – Cientista da computação, engenheira de software e empresária, Margaret foi a responsável por desenvolver o programa de voo da Apollo 11, primeira missão tripulada à Lua. Ela era diretora da Divisão de Software no Laboratório do MIT. Graças à ela que Neil Asmstrong e Buzz Aldrin deram um passeio ao satélite do planeta Terra. O termo ‘engenharia de software’ foi criado por ela.

Hedy Lamarr – Foi linda atriz de Hollywood, mas sua beleza não era a única aptidão que ela tinha. Ela inventou uma tecnologia que permitia controlar torpedos à distância, na Segunda Guerra. Esse conceito mais tarde permitiu o desenvolvimento do que hoje conhecemos como Wi-Fi e Bluetooth.

Marina C. Chen – Responsável pelo design e a implementação dos compiladores FORTAN-90 para plataformas de alta performance. Ela também foi presidente da Cooperating Systems Corporation.

Adele Goldberg – Criou o primeiro ‘window’, uma interface baseada em ícones.

Madge Greswold – Foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento da linguagem de programação ICON.

Lois Haibt – Ela desenvolveu um analisador de expressão aritmética, componente essencial para o compilador FORTRAN.

Emmy Noether – Pesquisadora de álgebra abstrata, forneceu os dados fundamentais para a criação da linguagem PROLOG.

Susan Owick – Responsável pela pesquisa de sistemas distribuídos, análise de performance e sistemas confiáveis para o comércio eletrônico.

Stephanie Seneff – É pesquisadora sênior do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, onde desenvolveu o reconhecimento de voz por computador.