Estima-se que, no Brasil, 72 bilhões de sacolas plásticas são produzidas por ano e a maior parte delas é despejada no meio ambiente. Isso significa no chão, em rios, matos, várzeas, lagoas, mar e aterros sanitários. Não é no lixo de sua casa que a sacola plástica vai ser colocada como lixo, ela é, comumente, usada para comportar a quantidade de lixos orgânico e seco que você gera. Em conferências e seminários ambientalistas no Brasil e mundo afora, a premissa de que o consumidor é o ator fundamental para que qualquer ação de circularidade sustentável, em especial ligada à reciclagem, dê certo está ganhando cada vez mais peso.

Os mega, super, médio, mini e micro mercados são vistos como os principais vilões nessa batalha a favor da sustentabilidade mundial. Entretanto, a responsabilidade real dessa bandeira é sua! Cada vez que for a um mercado ou alguma loja em sua cidade, lembre-se de levar uma sacola de pano ou de patchwork para transportar suas compras. Essa atitude estará contribuindo imediatamente com o meio ambiente, pois deixará de ser mais uma sacola de plástico, ou várias delas, que irá parar como lixo na natureza.

E os mercadistas buscam se adequar às legislações municipais e estaduais que surgem pertinentes ao tema. Porém, mesmo assim, a responsabilidade final é do consumidor. Em maio de 2022, o município de São Paulo debateu, em audiência pública da Câmara de Vereadores, sobre a proibição da distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas a consumidores em todos os estabelecimentos comerciais da cidade. Essa é uma forma de buscar a conscientização da população, mas ainda não se sabe ao certo se o processo vai surtir efeito. O que sabemos que é que haverá milhares de reclamações sobre a nova situação que impactará esses consumidores.

LEGISLAÇÃO 

Levantamento feito pelo WWF-Brasil aponta que apenas sete estados brasileiros (Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Maranhão) já têm legislação sobre banimento das sacolas plásticas. Os demais ainda engatinham sobre a polêmica, uma vez que a proibição não é aceita com bons olhos pela indústria de embalagens.

A comercialização das sacolas plástica foi uma solução para provocar uma conscientização mais efetiva do consumidor. Mesmo que por um preço irrisório, as sacolas plásticas sendo vendidas nos mercados brasileiros, pode gerar um impacto positivo. Se o cliente não adere à causa pela própria questão ambiental, pode aderir por uma questão econômica.

Enfim, está se chegando a conclusão, por muitos ambientalistas e estudiosos comportamentais, de que é necessária uma comunicação maciça para com o consumidor final, colocando-o como principal protagonista nessa cadeia produtiva das sacolas plásticas. A educação deve ser aplicada de forma clara e transparente, por meio de uma comunicação que o informe sobre o básico: a separação, a preparação e o destino adequado dos resíduos que ele gera daquele produto que ele adquire. Enquanto essa postura não é consumida por todos, milhões de sacolas plásticas continuarão a ter seu destino final em meio à natureza.